sábado, 26 de abril de 2014

Ser Mãe (...)

Ser mãe deve ser algo maravilhoso né ? deve ser aquela missão que quase sempre deve começar com alguns meses de muito enjoo  seguido por anseios incontroláveis por comidas estranhas, aumento de peso, dores na coluna, o aprimoramento da arte de arrumar travesseiros preenchendo espaços entre o volume da barriga e o resto da cama. Ser mãe deve ser não esquecer a emoção do primeiro movimento do bebezinho dentro da barriga. O instante maravilhoso em que ele se materializou ante os seus olhos, a boquinha sugando o leite, com vontade, e o primeiro sorriso de reconhecimento. Deve ser ficar noites sem dormir, é sofrer com as cólicas do bebê e se angustiar com os choros inexplicáveis: será dor de ouvido, fralda molhada, fome, desejo de colo? É a inquietação com os resfriados, pânico com a ameaça de pneumonia, coração partido com a tristeza causada pela morte do bichinho de estimação do pequerrucho. Ser mãe deve ser ajudar o filho a largar a chupeta e a mamadeira. É levá-lo para a escola e segurar suas mãos na hora da vacina. Deve ser se deslumbrar em ver o filho(a) se revelando em suas características únicas, é observar suas descobertas. Sentir sua mãozinha procurando a proteção da sua, o corpinho se aconchegando debaixo dos cobertores. É assistir aos avanços, sorrir com as vitórias e ampará-lo nas pequenas derrotas. É ouvir as confidências. É ler sobre uma tragédia no jornal e se perguntar: E se tivesse sido meu filho? E ante fotos de crianças famintas, se perguntar se pode haver dor maior do que ver um filho morrer de fome. Ser mãe deve ser descobrir que se pode amar ainda mais um homem ao vê-lo passar talco, cuidadosamente, no bebê ou ao observá-lo sentado no chão, brincando com o filho. É se apaixonar de novo pelo marido, mas por razões que antes de ser mãe consideraria muito pouco românticas. É sentir-se invadir de felicidade ante o milagre que é uma criança dando seus primeiros passos, conseguindo expressar toscamente em palavras seus sentimentos, juntando as letras numa frase. Ser mãe deve ser sem duvida alguma , se inundar de alegria ao ouvir uma gargalhadinha gostosa, ao ver o filho acertando a bola no gol ou mergulhando corajosamente do trampolim mais alto. É a mulher por mais sofisticada que se possa ser, por mais elegante, um grito aflito de “mamãe ” a faz derrubar o suflê ou o cristal mais fino, sem a menor hesitação. É descobrir que sua vida tem menos valor depois que chega o bebê. Que se deseja sacrificar a vida para poupar a do filho(a), mas ao mesmo tempo deseja viver mais, não para realizar os seus sonhos, mas para ver a criança realizar os dela. É ouvir o filho(a) falar da primeira namorada(o), da primeira decepção e quase morrer de apreensão na primeira vez que ele se aventurar ao volante de um carro. É ficar acordada de noite, imaginando mil coisas, até ouvir o barulho da chave na fechadura da porta e os passos do jovem, ecoando portas adentro do lar. Finalmente, é se inundar de gratidão por tudo que se recebe e se aprende com o filho(a), pelo crescimento que ele proporciona, pela alegria profunda que ele dá. Ser mãe para mim deve ser aguardar aquele maravilhoso momento de ser avó, para renovar as etapas da emoção, numa dimensão diferente de doçura e entendimento. É estreitar nos braços o filho do filho e descobrir no rostinho minúsculo, os traços maravilhosos do bem mais precioso que lhe foi confiado ao coração: um Espírito imortal vestido nas carnes de seu filho(a).
Porque a maternidade é uma dádiva. Ajudar um pequenino(a) a desenvolver-se e a descobrir-se, tornando-se um adulto digno, é responsabilidade que Deus confere ao coração da mulher que se transforma em mãe. E toda mulher que se permite ser mãe, da sua ou da carne alheia, descobre que o filho(a) que depende do seu amor e da segurança que ela transmite, é o melhor presente que Deus lhe deu.

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